Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Psicologia Experimental

Psicologia Experimental

Top vendas Amazon

Livros

O que é a Dissonância Cognitiva?

Durante as suas investigações, Festinger observou que as pessoas procuram dar um sentido ao seu mundo e que a coerência é um fator fundamental para o conseguir. Assim, as pessoas adotam rotinas e hábitos, como comer a horas fixas, ter lugares preferidos para estacionar, cuja alteração as faz sentir incomodadas. Isto também ocorria em relação aos modelos de pensamento habituais e às crenças. Quando uma opinião muito consolidada enfrenta provas que a contradizem, surge um estado interno de incómodo e incongruência a que Festinger chamou de «dissonância cognitiva»

A dissonância cognitiva refere-se às situações que envolvem um conflito de atitudes, crenças e comportamentos. Este conflito desencadeia um sentimento interno de desconforto e conduz a uma mudança numa das duas atitudes, crenças ou comportamentos para minimizar ou eliminar o desconforto e restaurar o equilíbrio.

 

 

Exemplo:

A Raposa e as Uvas (Esopo 620-564 a.C.)

Uma raposa entrou faminta num terreno onde havia uma parreira (videira), cheia de uvas maduras, cujos cachos se penduravam, muito alto, em cima da sua cabeça. A raposa não podia resistir à tentação de comer aquelas uvas, mas, por mais que pulasse, não conseguia abocanhá-las. Cansada de pular, olhou mais uma vez os apetitosos cachos e disse:
– Estão verdes...

 

  Detalhes da Experiência:

 A experiência mais conhecida sobre dissonância cognitiva foi conduzida por Festinger e Carlsmith. No seu estudo pediram aos participantes que fizessem uma série de tarefas entediantes (tais como, rodar peças de madeira numa placa durante uma hora). A atitude inicial em relação à tarefa foi altamente negativa.

 

Em seguida foi-lhes pedido, que a troco de dinheiro, convencessem os participantes, que ainda estavam na sala de espera, que a experiência era bastante interessante e divertida. Quase todos os participantes concordaram em dizer que a tarefa era bastante interessante e divertida, apesar de a ter achado bem aborrecida.

 

Quando mais tarde os participantes avaliaram a experiência, aqueles que tinha apenas recebido 1 dólar avaliaram a tarefa (aborrecida) como sendo mais interessante e divertida do que os que tinham recebido 20 dólares. Ser pago com 1 dólar não foi um incentivo suficiente para mentir e por isso os que receberam essa quantia experienciaram dissonância cognitiva. Eles apenas poderiam ultrapassar essa dissonância começando a acreditar que as tarefas eram mesmo interessantes e divertidas. Por outro lado, ser pago com 20 dólares justifica rodar as peças de madeira mesmo que achem aborrecido, e por isso não experienciaram dissonância.

 

 

 

Mary Ainsworth (1913-1999) colaborou com John Bowlby e dedicou-se ao estudo da relação materno-filial. 

Em 1969 desenvolveu uma técnica conhecida como "situação estranha" para estudar como os bebés equilibram a sua necessidade de apego e autonomia em diferentes níveis de stress.

Descrição da Experiência:

A investigadora colocava uma mãe e o filho com cerca de um ano de idade numa sala com brinquedos para que o bebé pudesse brincar e observava as interações de ambos antes e depois da introdução de uma pessoa desconhecida na sala. 

A situação estranha incluia momentos em que a mãe saia da sala e deixava o bebé com o desconhecido, para logo regressar. 

Para Ainswoth, a informação mais relevante sobre o vínculo mãe-filho não era proveniente da reação do bebé quando a mãe saía, mas de como reagia ao seu regresso, e sugeriu que as reações do bebé depois de voltar a reunir-se com a mãe indicam três modelos ou tipos de apego.

Tipos de apego

  1. Vinculação segura: cerca de 70% dos bebés dos estudos de Ainsworth apresentavaram este tipo de apego, em que eles utilizavam a mãe como base segura a partir da qual faziam explorações. Mostravam mal-estar se a mãe saia da sala, mas brincavam tranquilamente, inclusive na presença de um desconhecido, sempre que a mãe não estivesse acessível.
  2. Vinculação ansioso-evitante: cerca de 15% dos bebés apresentaram este tipo de apego. Estes bebés pareciam indiferentes à mãe e apenas reagiam quando esta deixava a sala. Consolavam-se tanto com o desconhecido como com a mãe. 
  3. Vinculação ansioso-ambivalente: os restantes 15% dos bebés apresentavam este tipo de apego. Mostravam receio perante o desconhecido, inclusive na presença da mãe. Quando esta saía da sala davam provas de intenso mal-estar, mas continuavam aborrecidos e resistiam ao contacto com ela quando regressava.

 Ainsworth afirmou que o tipo de apego é em grande medida determinado pela sensibilidade da mãe. Uma mãe sensível  entende as necessidades do filho e responde adequadamente, criando assim uma vinculação segura.